terça-feira, 13 de julho de 2010

Marionete do PSD

Assis desvaloriza «espécie de ameaça» de Passos Coelho
O líder da bancada parlamentar do PS, Francisco Assis, acusou hoje Pedro Passos Coelho de lançar "uma espécie de ameaça de Verão de uma crise de Outono" e declarou que o PSD defende a morte do Estado social
Francisco Assis considerou que "as jornadas parlamentares do PSD decorreram num tom exageradamente sombrio, revelando e projetando um excessivo pessimismo em relação ao futuro" do país.

"Hoje o discurso de Passos Coelho teve um lado mais positivo que teve a ver com a clareza progressivamente mais notória das propostas políticas que apresenta ao país e que vão num sentido muito claro. O PSD radicalizou-se numa perspetiva ultra liberal do ponto de vista económico e do ponto de vista social", condenou.

Para o líder da bancada do PS, esta atitude conduz "a um recuo brutal do Estado social", já que "quando de fala de liberdade de escolha o que se esta a falar é de um sistema social a duas velocidades", considerando que "uma coisa é modernizar o estado social, outra coisa é matar o estado social" e que aquilo que Passos Coelho preconiza é pô-lo em causa "nos seus aspetos fundamentais", em nome de uma "suposta" liberdade de escolha.

"Quero realçar que há algum mérito em apresentar com toda a clareza estas posições, isto significa que os portugueses estão agora em melhores condições para compreender o que distingue o PS do PSD", afirmou Francisco Assis, considerando que isto não altera "o sentido de responsabilidade" apesar das divergências programáticas entre partidos.

Em reação às palavras Passos Coelho, Assis considerou que "o aspeto mais negativo" do discurso do líder do PSD teve a ver com aviso que deixou ao Governo de que o partido não viabilizará o Orçamento do Estado para 2011 se este incluir cortes nas deduções fiscais com a saúde e educação.

"Foi com alguma estupefação que verificamos que Passos Coelho veio agora com uma espécie de ameaça de verão de uma crise de outono quando diz que o PSD não está disposto a aprovar um orçamento que, entre outras coisas, incluiu uma alteração da política em matéria de benefícios fiscais justamente no sentido daquilo que consta do PEC que nós recentemente discutimos», explicou.

Segundo o líder da bancada parlamentar do PS "é sabido" que as alterações nesta área não são para "acabar pura e simplesmente com os benefícios fiscais" mas sim para "introduzir maior rigor, maior exigência e maior justiça social na aplicação" dos benefícios.

"É em nome da justiça social, num momento de crise e que pedimos sacrifícios a todos, que nós queremos introduzir uma modificação nessa questão dos benefícios fiscais", realçou.

Assis recordou que esta matéria "consta do PEC e foi discutida na Assembleia da República", considerando que "não faz muito sentido que o líder do PSD venha agora dizer, em forma de ameaça que a não concretização de alguma coisa que consta do PEC é a condição necessária para que o PSD dê o seu contributo para a aprovação" do Orçamento do Estado para 2011.

"Estamos no início do Verão, ainda muito longe do momento em que vamos discutir e votar o orçamento, e esperemos que esta ameaça não passe disso mesmo: ameaça estival de uma crise a não concretizar no momento em que o orçamento vai ser discutido, lá para o Outono", enfatizou.

in "Lusa/Sol", 13 Julho 2010

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