Top Secret - Bairrada

Passos Coelho terá recebido uma mensagem de Manuela Moura Guedes para investigar o ex-administrador da TVI, que à data estava na lista dos Secretários de Estado do XIX Governo

De acordo com o semanário "Expresso", os serviços secretos portugueses terão investigado Bernardo Bairrão, ex-administraador da TVI e na lista preliminar de Secretários de Estado para o Governo de Passos Coelho.
Em causa estariam "alguns negócios" de Bairrão em Angola e no Brasil, facto para o qual Passos Coelho foi alertado, via sms para o seu número privado, por Manuela Moura Guedes.
De acordo com o "Expresso", o pedido surgiu na manhã de segunda-feira, 26 de Julho, quando o ex-administrador da TVI ainda constava da lista de Secretários de Estado apresentada pelo Governo em Belém.
O semanário também apurou que o Primeiro-Ministro terá pedido a Paulo Portas que falasse directamente com Miguel Pais do Amaral, patrão da TVI, que é amigo do líder do CDS-PP. Passos também pediu a Miguel Relvas que telefonasse a Moura Guedes a fim de confirmar os dados.

Reacção

Em entrevista no "Jornal da Noite" da SIC, Bernardo Bairrão questionado sobre as investigações pela Secreta, diz achar "normal que os membros do Governo sejam descortinados em relação ao seu passado". "O que me preocupa", adiantou, "é que as conclusões das investigações não sejam claras".
O ex-administrador da TVI garante que nunca teve negócios em Angola, diz ser uma "pessoa idónea" e afirma que não foi afastado do Governo. "Pus o meu lugar à disposição."
Bairrão pede, por isso, "respeito" pelo seu "bom nome". Em relação à sua vida pessoal e empresarial, alvos das investigações pelos serviços secretos, Bairrão diz-se "perfeitamente confiante". "São insinuações sem qualquer fundamento."
Bairrão pondera a hipótese de vingança pessoal por Moura Guedes. "Seria muito triste que por detrás destas coisas estivessem vinganças". O ex-administrador da TVI diz que o relatório da secreta sobre os seus alegados negócios seja tornado público, para que todas as dúvidas sejam esclarecidas.
Bairrão disse ainda que, na semana passada, pediu ao actual Conselho de Administração da Media Capital que faça uma auditoria a todas as operações realizadas em Angola e no Brasil. O pedido terá sido aceite.
A grande influência da família "Moniz".