sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Paulo Portas e a Força Aérea Portuguesa I

A 22 de Dezembro de 2004, Paulo Portas descola-se a Itália para receber o primeiro helicóptero EH-101

A OGMA-Indústria Aeronáutica de Portugal vai receber contrapartidas de 315 milhões de euros pela compra dos novos helicópteros da Forca Aérea, o primeiro dos quais foi hoje oficialmente entregue ao Ministério da Defesa.
Fonte oficial da fabricante dos helicópteros Agusta Westland disse à Lusa, à margem da cerimónia de entrega, que se realizou em Itália, que 90 por cento do total de contrapartidas, ou seja, 350 milhões de euros, destinam-se à empresa portuguesa de manutenção aeronáutica.
A maior parte das contrapartidas diz respeito a um contrato estabelecido com a OGMA para o fabrico da fuselagem traseira dos aparelhos EH-101, mas o pacote inclui ainda formação de técnicos portugueses para a fabrico de peças e manutenção, segundo a mesma fonte.
Incluindo o valor do "leasing" bancário, Portugal vai pagar um total de 446 milhões de euros pelos 12 EH-101, que vão substituir os dez Puma, aparelhos de finais da década de 60 actualmente ao serviço da Força Aérea.
Dos 12 novos aparelhos, cuja entrega será concluída em Outubro de 2005, quatro destinam-se a resgate de tropas (CSAR), seis a busca e salvamento (SAR) e os restantes ao Sistema de Fiscalização e controlo da Actividade das Pescas (SIFICAP) da Forca Aérea.
A maioria dos aparelhos ficará estacionada na Base Aérea do Montijo, três têm como destino os Açores e um a Madeira.
Durante a cerimónia de hoje, que teve lugar na fábrica da Agusta Westland em Vergiate, nos arredores de Milão, o chefe do Estado-maior da Forca Aérea, general Taveira Martins, destacou a capacidade dos EH-101 de aumentarem a "interoperacionalidade" com as forcas de países amigos, nomeadamente da NATO e União Europeia, além de alargarem o leque de missões praticadas até agora.
O ministro da Defesa, Paulo Portas, afirmou que a nova esquadra de helicópteros vai permitir duplicar o raio de acção da Força Aérea em missões de busca, salvamento e fiscalização de actividades marítimas, de 200 milhas náuticas para 400 milhas, garantindo a cobertura entre o território continental e os arquipélagos dos Açores e Madeira.
A substituição dos Puma apenas será efectiva a partir de finais de 2005, estando ainda em aberto o destino a dar nessa data aos aparelhos, que poderão ser entregues ao Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil para combate a fogos ou, como admitiu Paulo Portas, vendidos a outro país.
O Ministro prometeu ainda avanços "em breve" no processo de aquisição dos helicópteros de treino e ataque ao solo para o Grupo de Aviação Ligeira do Exército, a ser seguido com interesse pela Agusta, que guarda a abertura de um concurso internacional para apresentar uma proposta com o seu aparelho A-109.
A Agusta Westland é totalmente detida pelo grupo Finmeccanica, o mesmo que, através da fabricante de aviões Alenia, está a participar no concurso de escolha do novo parceiro internacional da OGMA, que vai levar à venda de até 65 por cento da empresa portuguesa.
O Presidente do grupo italiano, Pier Francesco Guarguaglini, aproveitou a presença do Ministro português para elogiar a "competência da indústria portuguesa" e manifestar a disponibilidade para "investir no país" e "partilhar recursos", "fazendo de Portugal um parceiro de preferência" nas actividades do grupo, um dos maiores a nível europeu.
O concurso de privatização da OGMA, no qual participa também o grupo de defesa europeu EADS em conjunto com a brasileira Embraer, será concluído até ao final deste ano, segundo anunciou recentemente Paulo Portas.

Fonte:
http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/ogma-recebe-contrapartida-de-315-milhoes-de-euros-pela-compra-de-helicopteros-1211493


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